E eu dei-lhe um perfume. Porque sim. Porque parecia mal aparecer na festa da prima sem prenda.
Mas o que eu tinha preparado para ela era algo bem mais significativo. Porque gosto de dar algo que tenha impacto na outra pessoa. Sigo (tento!)o que a minha mãe tanto me disse enquanto crescia, aquele velho ditado "Não faças aos outros o que não gostas que te façam a ti". E sejamos sinceros, não há pior prenda do que aquela que nada tem a ver contigo.
Ela, que cresceu comigo. Com quem tento aprender pela experiência que tem. Ela, a quem acho um piadão ao seu mau feitio, às respostas que tem na ponta da língua, ao facto da vida ter-lhe dado calo ao ponto de sapos serem pontapeados em vez de engolidos.
Ela que tem mais pinta que muitas de vinte, e personalidade para dar e vender. Quem gosta porreiro, quem não gosta tem direito a um par de patins para se distanciar com a maior brevidade possível.
ELa é a prima do bronze no verão, das fotografias das noites memoráveis, a que alinha nas minhas doideiras nas épocas festivas e me deixa registar o nosso modo mais tolo e infantil.
Ela, a prima mais velha, gira nas horas, que não deixa nada por dizer nem por fazer.
Ela a quem desejo que tenha mais alegrias e mais dias a aturar-me. O resto resolvemos com morangoscas.
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